sábado, 29 de setembro de 2012

O CHILE

Já falei sobre vinhos do Velho Mundo, Novo mundo, agora eu quero aqui falar dos vinhos do Chile nosso país vizinho, mas antes de apresentar uma pequena lista dos melhores vinhos chilenos, vamos saber um pouco sobre o Chile, sua produção, e graças a Academia do Vinho posso aqui apresentar, sempre é bom aprendermos um pouco das coisas.

 
 

O CHILE




O Chile é, indubitavelmente, o país da América Latina que possui os melhores vinhos tintos elaborados com a uva Cabernet Sauvignon, alguns dos quais colocados pelos especialistas entre os melhores do mundo. Os vinhos tintos de outras uvas, especialmente a Merlot, melhoram a cada dia e alguns também já se destacam mundialmente. Os vinhos brancos, particularmente os elaborados com as uvas Chardonnay e os Sauvignon Blanc, fracos até cerca de uma década atrás, melhoraram substancialmente.
Uma das peculiaridades do Chile é o fato de não ter sido vítima da praga Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos do mundo, devido à sua condição geo-climática, protegido pelo Oceano Pacífico à oeste e pela Cordilheira dos Andes à leste. Desse modo as parreiras chilenas são da espécie européia (Vitis vinifera) plantadas em "pé-franco", isto é, plantadas diretamente no solo, sem necessidade de enxertá-las sobre raízes de espécies americanas, resistentes à Phylloxera.
Outra delas foi a descoberta de mudas da variedade Carmenère nos vinhedos de Merlot. Essa uva foi julgada extinta quando a Phylloxera dizimou os vinhedos europeus e como que renasceu no Chile. Atualmente a Carmenère é a variedade emblemática do Chile, da qual se produzem varietais e também diversos cortes em vinhos Top.
Outras variedades que têm crescido no Chile são a Syrah, bem adaptada, com bons resultados em diversos vales e a Pinot Noir, surpreendendo com ótima tipicidade em sub-regiões mais frias. 
O Chile é um país com um território estreito, de 177 km de largura em média e 4300 km de comprimento. A vinicultura se desenvolve na parte central do território, numa extensão de 1.100 km.
Situado longitudinalmente entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano pacífico, sua topografia particular cria vários climas diferentes influenciados pelo mar. Entretanto, no planalto central a serra costeira determina um clima mediterrâneo com verões quentes, pouca chuva e baixa umidade.
Estas características formam um excelente ambiente para o cultivo de uvas. Além disso, a barreira formada pelos Andes impede o acesso de pragas tão danosas como a famosa Philloxera, permitindo o crescimento de parreiras sem enxertia, diferente do que hoje se tornou obrigatório no resto do mundo.
Dados de Produção do Chile
Variedades Tintas:

Principais variedades:
Cabernet Sauvignon: 38.806 ha
Merlot: 9.656 ha
Carmenere: 8.249 ha
Syrah: 5.391 ha
Pinot Noir: 2.598 ha
Cabernet Franc: 1.226 ha
Malbec / Cot: 1.148 ha
Área total de uvas tintas: 88.703 ha ( jan/2009 )

Variedades Brancas:
Chardonnay: 12.739 ha
Sauvignon Blanc: 11.244 ha
Moscatel de Alexandria: 6.035 ha
Riesling: 333 ha
Viognier: 685 ha
Gewürztraminer: 287 ha
Área total de uvas brancas: 28.856 ha ( jan/2009 )                                                           

Área de Vinhedos:117.559,00 hectares



História

Na segunda viagem de Colombo para a América, em 1493, mudas de parreiras foram trazidas e rapidamente espalhadas pelo continente. Foram levadas para o Peru e depois para o Chile em 1548, pelos monges Bartolomeu de Terrazas e Franciso de Carabantes respectivamente. Do Chile foram introduzidas em Santiago Del Estero e Mendoza, assim iniciando a produção de vinhos na Argentina.
As primeiras safras chilenas aconteceram em Santiago e produziram pequenas quantidades de vinho para uso particular e para rituais religiosos. Alguns anos depois, Francisco de Aguirre conduziu a maior colheita em Copiapó, impulsionando uma atividade que perduraria pelos séculos seguintes, gerando um método de produção tradicional e um comércio local. Durante o período colonial, a colheita da uva foi a mais importante atividade agrícola onde homens, mulheres e crianças trabalhavam juntos na produção do vinho.
Três séculos após as uvas terem sido introduzidas no Chile, o verdadeiro potencial vinícola do local foi descoberto. A Independência do país abriu caminhos para novos mercados, que influenciaram a indústria vinícola chilena com novas tecnologias, vinhedos melhorados e maior qualidade na colheita. Uma das grandes mudanças aconteceu em meados do século XIX, com a criação de novas vinícolas como Carmen, Errazuriz Panquehue, San Pedro, Cousiño Macul e Concha y Toro. Durante o processo de modernização as variedades Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Pinot Noir foram importadas.
Somente em 1990, quase um século depois, as vinícolas chilenas empreenderam uma nova ênfase na produção, criando vinhos premium aclamados internacionalmente.

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